30 December 2005

Buracos

O ser humano é nojento em todos os seus buracos (irrefutável! Claro que há uma coisa chamada banho e higiene... ok, 2 coisas). Ouvidos: nojento cheio de cera; Narinas: cheio de "monkes"; Umbigo: até cria cotão; Rabinho: nem preciso dizer; o resto tb não, que inconveniente! Tudo o que vem de dentro de nós "stinks", really bad até... o nosso hálito, se não é tratado; a transpiração (os desodorizantes só disfarçam ou secam a pele, pq cheira efectivamente mal!) e todas as nossas partes do corpo transpiráveis.
Como serão os extraterrestres?
E os animais?

Cumprimento

Pensem nisso...
Beijos de cumprimento: Ora é só um encostar de caras, em que atiramos beijos para o ar com o nosso ar mais chique, ora é um encostar a face à boca da outra pessoa, que se limita a emitir um som parecido a um beijo (com a boca entreaberta e a fazer bolhinhas entre os dentes), ou temos o azar de apanhar uma avózinha ou um tarado, que não só encosta bem a boca que de tão espalmados, os lábios ficam virados, expondo a sua gengiva e saliva ao nosso rosto, ao mesmo tempo que nos aperta com a mão no outro lado do rosto...
Sovacos: os abraços no Verão. Homens de tronco nu (ou mesmo com t-shirt) abraçam-se o roçam os seus sovacos transpirados nos teus braços. O cheiro fica entranhadíssimo nos teus ombros. Empregados a servir à mesa... os seus sovacos ficam mesmo ao nível dos nossos narizes. Se não cheirar bem, não há comida para ninguém.

29 December 2005

Pics

O site deve estar mesmo a expirar, pois o seu nome já expirou há algum tempo... Mas enqto há domínio e sítio para alojar fotos cá vão umas giras http://homepage.mac.com/pedroecati/PhotoAlbum38.html e mais outras http://homepage.mac.com/avarao/PhotoAlbum7.html

26 December 2005

Espírito Natalício II

Como eu adoro comprar prendas... imaginar a cara das pessoas ao abri-las, ver a sua surpresa e agrado, espero eu. Compro sempre as minhas prendas com muita antecedência. Acho muita falta de educação ficar para último, parece que estou a ser desonesta para com esta pessoa... Ao longo do ano faço sempre uma lista com várias hipóteses de compra para cada pessoa. Tenho sempre o cuidado de embrulhar os presentes. Arranjo os materiais mais sofisticados e variados para envolver os pequenos tesouros com uma fitinha aqui, uma espiga acolá, um rebuçado ou chupa-chupa para os mais pequenos, um postal para dizer aquelas palavras que não tivemos oportunidade de dizer ao longo do ano... (daí que convém abrir com cuidado os presentes, para guardar o papel), Como eu adoro vê-las debaixo da àrvore, por isso devem ser cheias de alma, pois irão manifestar em coisas o que não se pode dizer com o coração! Nesta altura do ano é importante que sejam vistosas e brilhantes!
Como eu adoro cozinhar neste dia, em que nada me afecta, nem a sujidade toda da cozinha. Os convidados só chegam à noite e acordo sempre cedo para ter tudo impecável a horas e ser elogiada pelos meus dotes. À chegada dos convidados sirvo sempre o melhor vinho que o meu esposo faz questão de comprar, ele é que os escolhe, que eu percebo é de cozinha.
Como eu adoro a tranquilidade à mesa, durante a ceia, em que estamos todos impecavelmente vestidos e perfumados, com o ambiente de Natal no ar, falamos sobre outras ceias de Natal, outras vidas, outras pessoas para nos sentirmos todos mais unidos. A música de fundo é calma e a agitação começa pelo efeito do vinho e a curiosidade dos presentes, que são o menos importante depois de abertos, pela nudez da àrvore de Natal. A refeição foi farta e já é quase meia-noite... hora de ir à missa do galo que nunca falto- ver os aldeões com os seus melhores fatos. Como eu adoro o cheiro a naftalina que traz sempre lembranças de infância, com a tradição antiga da missa à meia-noite.
Ah... Viva o presépio ,o pinheiro, as luzes, a ceia, os presentes, a missa, a família, a música, o pai natal... enfim: é Natal!

P.S. E a cara das crianças, inocentes anjinhos que se portaram bem todo o ano e que são os que mais merecem os presentes...

Espírito natalício I

Espírito natalício é espírito de receber prendas! Receber coisas é tão bom... ah e tal, oferecer, partilhar.. sim senhor, mas falemos honstamente: não termos que pagar por cenas que queríamos ter é bom (a tal lista ao pai natal, que eu faço questão de fazer tds os anos!)
Interesseiros é que vocemesses sois! E que sejam! Que é bom e alimenta a cena... para isso, qualquer um é cristão, né? Corrupetossss! Ipsuéies! Vão lá se confessar vão... fazem gula, invejam prendas do próximo, enbebedam-se, jogam (cartas), fodem mais que no ano todo e são interesseiros... é esse o espírito!
Mas é tão giro... e conscientes disso, rimo-nos todos à mesa, ficamos a olhar a àrvorezinha cheia de pirosices que nesta altura do ano é permitido apreciar, gastamos toneladas de fita cola para segurar uma prenda que será violentamente rasgada nos próximos 5 segundos entre guloseimas e licores, conversamos sobre disparates que nem quando estamos na retrete nos lembramos sozinhos, e no fim de tudo isto, sorrimos orgulhosos com a conta a zeros, por não nos termos esquecido de ninguém este ano!
Ah... Viva o presépio (e o musgo roubado da rua), o pinheiro (menos um na floresta), as luzes (que triplicam a conta no fim do mês), a ceia (que é sinónimo de gula), os presentes (que espero receber), a missa (para ver o se os outros trazem vestido o mesmo do ano passado), a família (que me esqueço a ano todo), a música (que é sempre a mesma- um gajo a cantar trancado num báu), o pai natal (que era um mero pedófilo coitado)... enfim: é Natal!

P.S. E a cara dos putos (e dos cães) tb é divinal! Permitimo-nos deseduca-los (ficando mimados por terem tudo o que querem e ao receberem prendas perguiçosas, que já vêm brincadas...)

22 December 2005

silêncio

Não somos poetas. Não nos sabemos expressar ou expressamos apenas o que qualquer mortal sentiu. Ou nem isso! Inutéis... Podemos dizer que somos espectadores, vagos, figurantes, ou estaremos a ser repetitivos? Rígidos?!
Só o mar servirá: lá caberá (toda) a nossa alma, quando a quisermos despejar. Transbordaremos aqui meras tonterias...

19 December 2005

Domingo triste (penúltimo do ano)

Haverá maior desgosto que um Domingo, ensolarado, sem vento, tarde de Inverno mas quente, brilhante, com um céu azul imenso, translúcido... e não o poder possuir? Não o poder tomar de corpo e alma? Não poder senti-lo a rasgar-nos e a invadir-nos com todo o seu esplendor?!

15 December 2005

Smacks

Não, não.. não sou só eu, gostava que me levassem a sério. Não é de agora, já há anos que tenho esta teoria comprovada. Uma vez poderia ser coincidência, mas sempre que os como?! Passo a expliacar: os cereias Smacks são poderosos. Ninguém acredita, mas depois de o comermos, a nossa urina cheira ao que nos sabe os cereais. Parece estranho, mas creio que conseguem perceber esta fusão de sentidos, mas mais que isso, a realçar, é o efeito dos mesmos no nosso orgnismo. Experimentem! São do melhor!

comi um pombo

Foi em Marrocos. O prato chama-se Pstilla, ou Bstilla ou Pastilha, whatever.. é uma massa folhada com... pombo; pode ser de frango, de queijo, mas a mim calhou-me de pombo... parecia frango, mas mais "emborrachado" no mastigar, até que foi revelado após algumas garfadas- "Catarina, isto é pombo!"... boa- custou-me a ingerir, mas continuei a comer, vinguei-me dos cabrões...

Um riso é sempre o eco dum lamento

Bom...amor atrás de amor que já nos sentimos gastos... mais: com tanta tatuagem e cicatriz já não nos sentimos de ninguém. Mas que importa? Somos egoístas, o nosso sentimento prevalece: Importa-nos a nós. Sentir que não são nossos (sentir que não es meu), sentir que andamos com um "amor emprestado"... que nunca se entregará, nunca será nosso... amor?! "Amar é abrir a alma". E quando ela já nos foi roubada e usada pela vida? (Ou nem roubada, porque aí teria que ter sido nossa primeiro) O que resta, senão um coração ressequido, que bate por hábito...? Que alma é esta, que anda vazia, dentro de um corpo- quantas vezes sofrido, adorado- agora exilado e envolto em correntes vagas, que nada amarram, só o seu próprio peso. Porque já passou. Já foi, já correu como um relógio de areia em que vai tudo a descer, a correr fernéticamente em conjunto e para junto dos outros grãos de areia, construindo uma coisa una, imensa! Como fazer para fazer subir a areia, senão voltando o relógio? Como fazer para inverter a gravidade? Como virar o relógio?! Como duplicar uma vida? Se metade dela foi intensa, boa, sobram apenas... restos... um coração que não pertence, uma alma vazia, uma vida gasta... como enchê-la? Como ressuscitá-la?
Queria ter aparecido primeiro, nascido antes, ou vivido mais cedo, não queria nada pela metade...
Divertes-me, mas eu não te divirto; não conseguindo me divertir por consequência. Tamanha a impotência!

A vida
É vão o amor, o ódio, ou o desdém;
Inútil o desejo e o sentimento...
Lançar um grande amor aos pés de alguém
O mesmo é que lançar flores ao vento!
Todos somos no mundo <>,
Uma alegria é feita dum tormento,
Um riso é sempre o eco dum lamento,
Sabe-se lá um beijo de onde vem!
A mais nobre ilusão morre... desfaz-se...
Uma saudade morta em nós renasce
Que no mesmo momento é já perdida...
Amar-te a vida inteira eu não podia.
A gente esquece sempre o bem de um dia.
Que queres, meu Amor, se é isto a vida!

Florbela Espanca

Inconstância

Procurei o amor, que me mentiu.
Pedi à Vida mais do que ela dava;
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!
Tanto clarão nas trevas refulgiu,
E tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que os longes deslumbrava
Igual a tanto sol que me fugiu!
Passei a vida a amar e a esquecer...
Atrás do sol dum dia outro a aquecer
As brumas dos atalhos por onde ando...
E este amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo,
Que há-de partir também... nem eu sei quando...

Florbela Espanca